quarta-feira, 10 de abril de 2024

QUEM ESTUPROU ESMERALDA?

CRÔNICA ESCRITA POR DAMIÃO FERNANDES PARA O DIÁRIO DO SERTÃO EM 25.06.2016




Esmeralda Bernardo Gomes, é mais um nome desconhecido pela sua existência de quem é  ignorada pela sua dignidade de pessoa. Esmeralda Bernardo é uma mulher silenciada como tantas outras mulheres dessa cidade que sofrem violências domésticas ou estupros físicos e culturais. Esmeralda, pedra preciosa que é, ainda não tem pela “terra da cultura” o seu reconhecimento de uma cidadã de direitos. Essa Jovem é ainda tratada tal qual filha bastarda sem direito à herança. Tais pessoas semelhantes à Esmeralda, conseguem no máximo serem tratadas com atração circense ou elevadas ao título de “figuras folclóricas” quando a pretensão for apenas “fazer rir”. Cajazeiras é uma máquina de transformar seus sujeitos culturais em personagens de folclore; de transformar pessoas em vultos históricos.

Por isso, à Esmeralda é oferecida uma cidadaniazinha de segunda ou de quinta categoria. Tais cidadãozinhos, somente se tornam pauta de curiosidade coletiva quando são vítimas de violência física ou simbólica ou ainda quando sofrem a negação de seus direitos. Portanto, a visibilidade é sempre a partir de um pressuposto negativo. Pra ficar mais claro: Se a jovem Esmeralda não tivesse sido estuprada da forma que foi, ela iria continuar no silenciamento cultural que lhe era peculiar.

Como tantos outros, a importância de Esmeralda, na sociedade de Cajazeiras é mais como “figura folclórica” do que como cidadã legítima, visto que é mais fácil diminuir a pessoa e elevar a arte quando os interesses sobre a rótulo se sobrepõe ao da pessoa. Cajazeiras, julgando-se “a terra da cultura”, acaba por tornar as pessoas diferentes por seus talentos em folclóricas, como se fossem produtos de um tipo de indústria local.

Esmeralda Bernardo Gomes, foi violentamente estuprada, tendo por consequências do ato, um prolapso retal, ou seja, teve um extravasamento de parte do intestino para fora do organismo, pelo ânus. Penetraram o ânus da jovem Esmeralda com objetos diversos e rudes. Esmeralda Bernardo encontra-se, no momento em que você está lendo esse texto, numa enfermaria sofrendo as suas dores.

Quem estuprou Esmeralda? Que mulher ou homem de espírito público veio à mostra e emitiu uma nota de pesar à sociedade ou à família dela (se ainda ela tem) pelo ocorrido? A figura folclórica violentada não serve para o entretenimento ou para alimentar a ideia de que ela é nossa produção cultural, do nosso folclore. Quem estuprou Esmeralda não foi um ou não foram dois, fomos todos nós. Pois uma sociedade que não cuida daqueles que mais precisam de cuidado é também responsável por aquilo que lhe acontece. E a depender do tamanho da omissão, torna-se réu do mal que lhe sobrevém. Cotidianamente, Esmeralda é estuprada pela nossa indiferença política, social e exclusão cristã.

A sociedade de Cajazeiras, comete estrupo em Esmeralda e em tantas outras “esmeraldas” dessa cidade, quando insiste em tratá-las apenas como nossos produtos culturais circenses ou nossas “figuras folclóricas” de diversão. Será essa mesma sociedade patriarcal e machista que reinventará as condições para o estupro ao promover um tipo cultura como um modo de ser sustentado na violência quando muitas vezes são culpabiliza das pela dor sofrida. Tal sociedade só pode ser o resultado de uma cultura que só pode produzir subjetividades aberrantes.

[Esmeralda Bernardo Gomes, 47 anos - Conhecida folcloricamente como BABALÚ]

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terça-feira, 26 de março de 2024

O mais nobre valor de Cajazeiras está sendo destruído

por JOSÉ ANTONIO DE ALBUQUERQUE





Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.

No célebre poema “Os Lusíadas”, Camões narra a viagem em que Vasco da Gama descobre o caminho marítimo para as Índias. Na terceira estrofe, os versos inflamados “Cesse tudo que a Musa antiga canta/ Que outro valor mais alto se alevanta” referem-se à superioridade dos feitos portugueses sobre todos os outros cantados na Antiguidade e significam que tudo que foi escrito antes deveria ser esquecido.

Cajazeiras e seus filhos foram atingidos por um fato inesperado, uma surpresa sem precedentes, que põe por terra séculos de história, que destrói uma narrativa forte que celebra a importância de nosso berço querido, numa tentativa de destruir a simbologia de nossas conquistas e tradições.

Quantas vezes, no decorrer da vida efervescente, somos atingidos por algum fato inesperado, uma surpresa sem precedentes ou de um fato que abala nossa estrutura!
Mas qual o “valor maior que se alevanta?” A história, como Mestra da Vida, nos ensinou que Cajazeiras foi a “cidade que ensinou a Paraíba a ler”, mas que de repente, em um Portal da cidade, foi tudo por terra e passou a ser a “Cidade da Cultura”. Uma verdadeira catástrofe e uma insânia acompanhada de uma imensa tristeza. Dói n´alma ver toda uma narrativa ser posta por terra.

Alcides Carneiro nunca foi tão feliz em sua vida no dia em que usou da tribuna, com seu eloquente discurso, em meio ao povo bradar: “Cajazeiras, cidade que ensinou a ler”, frase que tem gerado inúmeros artigos, trabalhos de conclusão de curso e tese de mestrado. Não existe nada mais significativo e representativo para nós cajazeirenses do que esta frase de Alcides Carneiro.

E o mais importante em tudo isto é que temos sobradas razões de andar propagando-a pelo mundo afora. Poderia ilustrar com inúmeros exemplos porque Alcides assim se expressou com relação a nossa cidade. Nós que poderíamos ter um museu dedicado somente aos fatos ligados a esta narrativa, agora nos aparece na entrada da cidade como terra da cultura. Cultura de que, pelo amor de Deus? Como vamos justificar esta triste mudança?

Prefeito José Aldemir, de quem já ouvi inúmeras vezes, a frase de que sua cidade ensinou a Paraíba a ler, antes do término de seu mandato, ainda dá tempo de corrigir este grave erro histórico, com relação ao nosso amado torrão natal e se transforme em Camões e brade: “cesse tudo que a antiga musa canta e que outro valor mais alto se alevanta” e mande destruir, sim destruir essa invenção de “terra da cultura” e erga um imenso e enorme portal, para nossa glória, que “Cajazeiras foi a cidade que ensinou a Paraíba a ler”. Pelo amor de todos que amam esta cidade transcenda os umbrais do cume, sem orgulho, com amor-próprio, empregando as armas da humildade e da lealdade e não vire suas costas para a bela história desta cidade, então, mande retornar ao seu leito o que existe de mais fiel para traduzir a história deste povo sertanejo, que nasceu em torno do ensino e que ele continua sendo a pujança e a grandeza desta cidade que nasceu para brilhar e ensinar. A História é a mestra da vida.

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domingo, 10 de março de 2024

Delegados das 12 Regionais de Cultura da Paraíba, marcaram presença na 4ª Conferência Nacional de Cultura em Brasília




Terminou sexta-feira (08) passada, em Brasília, a 4ª Conferência Nacional de Cultura (CNC). A realização do evento foi uma iniciativa do Ministério da Cultura e teve como tema central Democracia e Direito à Cultura.

Com esse 4ª CNC, encerrou-se o intervalo de mais de dez anos, desde a última conferência, promovida em dezembro de 2013. Essa versão começou com 140 propostas acolhidas nos municípios, estados e Distrito Federal. Os grupos de trabalho escolheram 84 prioridades, que se transformaram em trinta, nas plenárias dos seis eixos temáticos.

Ainda nessa sexta, na plenária final, no período da manhã, os delegados ainda discutiram, modificaram, aprovaram e rejeitaram algumas propostas apresentadas. As dezenas de moções aprovadas em bloco, não entram no texto final das trinta propostas aprovadas pela conferência.

O texto final contendo essas trinta propostas, consideradas pelos delegados presente, são prioritárias dos seis eixos temáticos da conferência. Durante os cincos dias do evento, os mais de mil e duzentos delegados, analisaram, debateram votaram e aprovaram as propostas vencedoras, vai definir os rumos das políticas culturais que serão implementadas no País nos próximos anos.

A Paraíba marcou presença com 60 delegados. Os participantes do nosso Estado na conferência, representaram as doze regionais de cultura e de todas as linguagens setoriais que foram eleitos em novembro do ano passado na Conferência Estadual de Cultura, realizada em Campina Grande.

De forma majoritária, a delegação paraibana defendeu com os demais participantes das unidades federativas do país, uma política cultural descentralizada, em que o Governo Federal dê mais protagonismo ao papel dos estados e dos municípios na execução das políticas culturais.

O secretário de Estado da Cultura da Paraíba, Pedro Santos, saiu otimista do evento. Ele fala o que pensa sobre essa política mais descentralizada. 

“Não deveria caber ao Governo Federal executar editais, quando existem os estados e os municípios, na ponta, e que podem ser importantes braços para garantir que essa política cultural chegue mais longe”.

No seu entender, a Paraíba já adota, desde a Lei Paulo Gustavo e segue agora na Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, a descentralização e democratização dos recursos, fazendo com que as políticas culturais locais cheguem nos mais distintos recantos do estado. A ideia, assim, é que esse tipo de perspectiva seja institucionalizado em nível federal.

“Defendemos a estratégia da regionalização, que é uma forma de alcançar com as políticas culturais a totalidade dos estados e o maior número possível de municípios. Nós achamos que essa é uma estratégia extremamente pertinente”, afirmou Pedro.

A proposta da Paraíba é defendida em diferentes fóruns e reuniões já realizados ao longo da Conferência. Por exemplo, na reunião do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Cultura e no debate realizado junto com a Fundação Nacional de Arte (Funarte).

“Estamos fazendo um debate propositivo e reflexivo. Apresentando ao Ministério da Cultura propostas de desenvolvimento de políticas culturais que tenham efetividade. Que possibilitem a construção de políticas públicas que tragam resultados”. Disse Pedro.



fonte: https://fontecz.com.br/conferencia-aprova-30-propostas-de-politicas-publicas-para-cultura-texto-final-definira-diretrizes-para-o-setor-para-os-proximos-10-anos/

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Casarão nº 01, da Rua Padre Rolim, em Cajazeiras (PB) e sua história trágica de uma família e abandono.

por Saulo Péricles Brocos Pires Ferreira - Pepé


Casarão de nº1 da Avenida Padre Rolim - Centro. Segundo Pepé, construido por Mãe Aninha

A última casa construída por mãe aninha e que tem um endereço único: rua padre rolim número 01, esquina com a travessa Joaquim bezerra, quase fundos da igreja nossa senhora de Fátima, que de tanto tempo ao abandono, já está caindo seu reboco. Construído por nossa matriarca para servir como uma espécie de Casa Paroquial para os primeiros vigários de nossa Matriz, como Padre José Tomaz, somente para dar um exemplo, foi palco de muitas mais histórias e estórias.

Segundo eu soube desde menino, dos antigos habitantes dessa casa, que eu morava (e moro) nas proximidades, na minha infância, era a bodega (venda) de Seu Zuca Ludgero, onde eu fazia as primeiras compras, brocha, traque uns brinquedos bobos chamados rói-rói, e já sob o comando de Heleno Alves, o Joaquim da Bodega, eu inaugurei minha carreira na confraria dos etílicos, ou seja, tomei lá meu primeiro porre (a cachaça era Serra Grande). Foi o que o pessoal do Pasquim chamava: um porre homérico.

Naquele casarão, moravam, além de Dona Julia - “Mãe Julia”, como a chamava Lucinha, D. Irene, Reginaldo e seus filhos, Lúcia Rolim e seus irmãos, Ronaldo, Lavoisier (Ziê), Lena Guimarães e Leda, que foram nossos primeiros amigos da primeira infância, o irmão mais novo e mais famoso, Dr. Leonardo Rolim, ainda não tinha nascido, pois só veio a nascer quando Reginaldo e D. Irene se mudaram para Araripina (PE).

Existe, ainda, uma história trágica de certa forma ligado a essa casa centenária: lá, residiu uma das pessoas mais inteligentes, que já conheci o Dr. Leonardo Rolim -, filho de D. Julia -, médico, que chegou nos tempos do governo de João Agripino, a atuar nos altos escalões de nosso Estado, se não me falha a memória, era subsecretário de saúde e se envolveu com uma moça, e veio a engravidá-la na Capital. O pai dela, então, foi tomar satisfações e ele de posse de uma arma, atirou e veio a atingir sua namorada grávida, matando mãe e filho, o que naturalmente o deixou arrasado e ele foi para São Paulo onde fez vários cursos, vindo depois a residir, em Cajazeiras, com sua mãe. Foi secretário de Saúde do Município e era um dos maiores médicos, e o melhor dermatologista da região, além de outras especialidades. 

Quando do falecimento de sua mãe e depois a transferência de sua irmã, Têca, para o Crato (CE), numa noite de Natal, esse veio a cometer suicídio naquela casa, numa morte que a gente mais próxima muito sentimos.

Esse vetusto casarão, construído na melhor técnica do norte de Portugal, trazida ao nosso país por nossos ancestrais, tem aquelas cumeeiras altíssimas, que entre outras coisas, serviam para dissipar por entre as enormes telhas de barro, o calor que era gerado no interior de nossas casas, minorando a sensação térmica, que quando se forravam essas casas, elas como que viravam um forno, pois o calor que entra e é gerado por gente, fogões bichos, etc., esbarram no forro e não são dissipados nas telhas. Hoje, se colocam aparelhos de refrigeração. 

Agora, o que vemos é um casarão por onde passa nossa história, que tombado pelo Patrimônio histórico, fica ameaçada de tombar pela lei da gravidade. Em vários pontos, o reboco já está caindo, isso o que a gente vê por fora, internamente, não me é permitido avaliar a condição desse.

Assim e pelo que relatei, na minha opinião, aquele imóvel, tanto pela sua história, como pala sua localização, merece um destino menos funesto do que o que acometeu a casa de Dr. Otacílio Jurema, bem como a casa de Vicente Barreto, que foram tombadas fisicamente e não existem mais. Fica a sugestão para um movimento preservacionista. Seria um local que devia e deve ter outro destino. Se todos nós se unirmos quanto a esse e outros patrimônios, podemos preservá-los e preservando a história, se preserva também a alma da cidade.

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terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

DIZ O TEXTO A SEGUIR





Cajazeiras: Terra da Educação e da Cultura, e que faz bem ao espírito
por SERGIO BOTÊLHO. PUBLICADO NO BLOG PARA ONDE IR, EM 28.01.2021
 

Você junta a fama de que foi Cajazeiras quem ensinou a Paraíba a ler, com a fome de cultura expressa na vontade de sua juventude, eventos culturais importantes, a tradição e a história do Teatro Íracles Pires, tudo isso, aliado a um enorme pendor pela Comunicação, na população, e você tem um retrato bem fiel do que é a cidade de Cajazeiras, no Alto Sertão Paraibano.

O responsável direto pela fama de que a cidade teve a iniciativa de ensinar a Paraíba a ler foi o Padre Inácio de Sousa Rolim, nascido numa fazenda da região, e que, pouco tempo depois de ser ordenado sacerdote, em Olinda, voltou às origens e fundou uma primeira escola, a “Escolinha de Serraria”. Na sequência criou um novo colégio que viria a atrair figuras de várias regiões do estado da Paraíba, e, ainda, de estados vizinhos, a exemplo de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Um deles foi o mítico Padre Cícero Romão, de Juazeiro.

TRAJETÓRIA

O conjunto da obra que deu início à cidade - isto, entre os anos de 1825, quando o Padre Rolim foi ordenado, até 10 de julho de 1876, quando Cajazeiras virou município, forjou o espírito da cidade, mergulhada no gosto pela educação e pela cultura. A inauguração do Teatro Íracles Pires, em 1965, foi um marco cultural importante para a cidade. Reformado e ampliado em 2018, a Casa é hoje a principal referência para o teatro, na região.

Cajazeiras comemora aniversário em 22 de agosto - tida como sua data de fundação, nos idos de 1863 -, geralmente com uma grande festa, onde, evidentemente, não falta uma prestigiada programação artística, envolvendo teatro, música, literatura e folclore, principalmente, com forte apelo turístico, sempre.

Bom lembrar, como atrativos, além do Teatro Íracles Pires, a Biblioteca Pública Municipal Doutor Castro Pinto, a antiga Estação Ferroviária, a Estátua do Cristo Redentor, a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Fátima e a Igreja de São João Bosco.

Estando, pois, na Paraíba, convém visitar Cajazeiras, envolvendo-se espiritualmente com um ambiente que transpira cultura.

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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Cantos do Carnaval de Cajazeiras

por Linaldo Guedes





Uma cidade não se faz apenas com cal e concreto ou com acontecimentos políticos e históricos. Ouso dizer que o coração de uma cidade está na arte, na cultura. Quando viajo por esse Brasil afora, busco ler os poetas, ouvir as músicas de seus compositores, ver o teatro local. Através deles, conheço mais a alma daquela cidade, seus sotaques, gostos, 
manias e personagens, do que via qualquer compêndio de história.

O que mais encanta em Cajazeiras neste período de Carnaval, para quem é devotado à cultura, são as músicas feitas por artistas da terra. Ouvindo-as, nas emissoras de rádio e nos blocos, sabemos um pouco mais sobre nossa terra e sobre seus principais personagens. Vejam que nomes como Geraldo Nascimento, Maestro Dedé, Pintado, João Fubuia e outros são temas de canções. Tais nomes dificilmente entrarão nos livros de história local, mas serão lembrados sempre através da música, através da arte, como até hoje lembramos de João de Manezinho sempre que ouvimos a canção carnavalesca em sua homenagem.

Neste sentido, não há como deixar de reverenciar esses compositores cajazeirenses que dão identidade local às suas músicas. Nomes como Jota França, Tatico, Naldinho Braga, Mário Filho, Júnior Terra, Marcos Rogério, Nóia, Marcos Rodrigues e outros são tão importantes para Cajazeiras quanto os políticos e os profissionais liberais. Assim como são nossos atores e atrizes, nossos poetas, cineastas e artistas de uma forma geral. São eles que ajudam a perpetuar a identidade da terra que ensinou a Paraíba a ler. Que também é terra da cultura, e esse é o nosso legado maior sempre, além da educação.


quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

SECRETARIA DE CULTURA E TURISMO DE CAJAZEIRAS TEM NOVA DIREÇÃO

por Cleudimar Ferreira

A nova Secretária Sônia Braga ao lado do Prefeito José Aldemir
Com a saída não muito anunciada de Ubiratan di Assis da Secretaria de Cultura e Turismo de Cajazeiras, que dirigia a mais de seis anos as demandas culturais no município, o prefeito José Aldemir, acredite, nomeou nada mais, nada menos que Sônia Braga para ocupar a pasta deixada por Ubiratan. Mas peraí... Calma, não é a atriz! Aquela de A Dama do Lotação, Aquarius e Bacurau. Vamos colocar um adjetivo antes, é a professora Sônia Braga. Cajazeirense da gema.
Sônia Braga, que em 2020 foi indicada por Aldemir para a secretaria de desenvolvimento econômico, agora assume a cultura em meios aos apelos da classe artística da cidade, que almejava por uma indicação, que contemplasse um nome que estivesse ligação direta com a produção cultural local - o que não era difícil para José Aldemir escolher, já que a cidade tem um celeiro farto com nomes bem qualificados, pessoas inteligentes e criativas, mas que por questões de foro político, o prefeito preferiu dar vasão ao orgulho de sua autoridade e não ateve aos anseios da classe artística da cidade.
A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo é responsável pelo gerenciamento dos investimentos do FUMINC - Fundo Municipal de Cultura e os das Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo no âmbito federal. Dinheiro destinados ao fomento da cultural e do turismo local. A parte do orçamento municipal destinada o FUMINC, para 2023, por exemplo, foi algo em torno de 120 mil reais, o que é muito pouco, dado a importância do que historicamente se produziu até aqui, pelos seus artistas, em termos de arte e cultura na cidade. Sônia Braga irá gerir essa pasta ao lado da também nova Secretária Adjunto de Cultura e Turismo, Cristina Lima, indicada também por José Aldemir. 
Cristina está na Secretaria de cultura desde o início da gestão do atual prefeito, tendo atuado nas gestões dos ex-secretários Chagas Amaro e Ubiratan di Assis. As duas irão conduzir a cultura no município todo esse ano, até primeiro de janeiro de 2025, quando entregarão os cargos ao novo secretário, que obviamente será nomeado por novo prefeito, que será eleito nas eleições deste ano.
Bom, de acordo com a pisado do Hulk, que são bastantes fortes e em certos momentos desmanteladas, em se tratando de cultura, já tem sido uma prática danosa a essa atividade, os prefeitos nomearem nomes, não por critérios técnicos ou afinidade cultural, mas por indicações de ordem particulares, que a prática política partidária exige e demanda. Só que no caso de Cajazeiras, a história cultural da cidade e, o muito que ela tem produzido, elevado o nome do município em âmbito nacional e internacional, precisa ser respeitado com critério. Ou eu estou errado ou o obvio não seria esse?
QUERO SUA OPNIÃO SOBRE ESSE ASSUNTO. DEIXE O SEU COMENTÁRIO.


Com informações do Diario do Sertão.